Hei, ta vendo aquela moça? Aquela alí, sozinha, sentada à mesa do bar.
Ela não procura companhia. Talvez um trago, uma bebida. Mas não a sua companhia.
Ela observa os rostos bonitos ao redor, que não parecem ter muito a oferecer além de futilidades.
Ela está bem, como uma estrela solitária no infinito espaço.
Ela vê rostos conhecidos e não faz questão de cumprimentar.
Não tenha pena daquela moça, ela se sente bem assim.
Ela ouve as vozes ininterruptas, incansáveis.
Papo sem conteúdo, ela pensa.
E qual é seu conteúdo?
Essa moça não está nem aí para o que pensam dela. Ou talvez esteja bem aí. Sentada, imaginando o que passa na cabeça dos outros.
Mas ela se sente livre para simplesmente pagar sua conta e não dar conta pra ninguém.
Toca Coldplay e ela pensa em solidão, e isso nem é mais ruim.
Ela pensa com quem gostaria de estar. Ou preferiria não estar com ninguém?
Me basto, ela pensa.
O leve sabor de álcool, perfumes e fumaça começam a ser sentidos e a confundir seus sentidos. A música alucinante se mistura ao coro de vozes profanas.
Quem não conhece essa moça não tem nada a perder.
Quem conhece, perde muito por não saber que ela não tem nada de mágico, não tem mistérios, não tem truques ou qualificações relevantes.
Ou esconde tudo isso, como carta na manga.
Talvez você tenha uma impressão surreal dessa mulher. Ela só fala o que querem ouvir dela, enquanto seu peito grita por verdades.
E aqui e ali, ilude um mundo iludido e se ilude na ilusão do seu mundinho IRreal.
O cantor começa.
_ A primeira música e todas as outras vão para aquela moça lá do canto, sentada à mesa, sozinha.
Ela fecha os olhos, e sorri mais uma vez.
por: Ms. S
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nossa que palavras sabias
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