terça-feira, 9 de dezembro de 2014

Nostalgiando...

Quando se está há muito tempo sem escrever esse tipo de coisa, não se sabe a melhor forma de começar.
Então eu inicio contando sobre essa dor no peito, que eu não sabia dizer porque ela existia. E porque existia há tanto tempo dentro de mim...

Somos suscetíveis e estamos a mercê de mudanças constantes. Elas podem se classificar em pequenas mudanças, ou grandes. Longas e até mesmo instantâneas. Essas mudanças certamente são provenientes de escolhas que fazemos ao longo de nossa jornada. Toda escolha pode gerar alguma mudança.
E foi nesse embaralhado mundo de escolhas e mudanças que as coisas ficaram assim.
Até agora eu não havia notado o ponto de partida dessa "coisa" toda.
A minha escolha? Jornalismo.
O que mudou? Tudo!
Só para constar, não sou daquelas pessoas que ficam se culpando por tudo. Posso até ter alguns breves momentos de angústia que me fazem pensar isso. Mas logo recobro os sentidos e lembro que não sou eu a única envolvida com tudo que aconteceu, não fui a única a fazer escolhas.
O que é fato é que, assim que iniciei a minha carreira profissional, tudo que eu tinha, desabou!
Não literalmente e nem em enormes proporções.
Mas tudo mudou.
Quando saí de lá, eu tinha uma família, bagunçada, prestes a desmoronar, e assim aconteceu.
O que estava por um fio, se arrebentou. Foram dois anos até que eu tivesse um lugar específico para ir quando vou para lá. Apenas agora, está basicamente organizado. Mas meus alicerces, as vigas da minha casa, não existem mais.
Confesso que os amigos sempre foram mais ou menos amigos. Me afastei por alguns motivos né?! Pode ser.  Mas nada que poderia influenciar muito. As coisas já eram bastante superficiais quando nos formamos... Onze anos juntos não foram suficientes para criar sequer algum laço mais intenso... Continuo amando-os, e nunca vou deixar de amar. Mas vai ser aquela coisa assim, amor/saudade/lembranças e só.
Depende muito do dia, e de quem está por perto, pois aquela que mais me conhece nesse mundo, também tem suas inconstâncias. Ah, minha querida, queria fazer mais por ti, queria dividir minhas alegrias, minhas conquistas, só pra que você se realizasse um pouquinho. Espero que agora, esse pedacinho seu, seja seu não-sonho/destino se realizando.

E explicar tudo isso pra que? Não sei, só quis dividir essa descoberta. Não que não estava na cara antes. Eu só não olhei.

Não também, que eu não tenha diversas coisas maravilhosas . São, e muito. Dia a dia construindo uma carreira, mesmo que agora ela pareça um pouco torta, esteja passando por desafios... Mas enfim.
Também andei conhecendo pessoas muito maravilhosas, que valem a pena. Saberei falar delas em breve...
Não posso negar também as dezenas de coisas que estou aprendendo sobre a vida, o mundo, a sociedade, que eu não aprenderia se estivesse como antes.
E claro, por último mais não menos importante, até mais importante, estar amando. Porque, caralho, isso é bom demais! Da mesma forma que as pessoas especiais, não falarei disso agora. Merece um momento único...

Mas olha... Hoje eu quis que tudo estivesse como antes... É impossível chegar a essa época do ano e não se sentir assim. Doer de não ter uma estrutura. De ter essa ferida tão tão grande no peito e não poder fazer nada. Ligar pra alguém que gostaria muito de sentir felicidade ao conversar. Mas só vejo dor. Desculpa pai.
Feliz Aniversário de 50 anos. Desculpa não estar por perto para não deixar que tudo isso ficasse assim.
Desculpa te abraçar com tanto receio. Desculpa não fazer festa com você. Desculpa por não ter mais um bom Natal em família.
Desculpa
Sinto saudade!