segunda-feira, 28 de abril de 2014

Uma gota de coragem

O que uma simples gota de coragem e capaz de fazer? É capaz de dar ao homem uma felicidade inacreditável. Lutar com garra, força, e destreza para um bem maior. Capaz de plantar uma semente de esperança, em um coração no qual esta perdido, com sentimentos ainda não compreendidos. Mostrar a luz que não procurava. Isso tudo por uma simples gota de coragem.

O que seria capaz de um homem fazer com muito mais?

Ver um filme, saborear algo doce jamais experimentado, e sentir o toque de seus lábios em sua boca. E sair com a alma tão encorajada, capaz de voar durante a noite coletando as estrelas e as guardando para uma única pessoa, para que possa devolver uma de cada vez , desejando por mais dias iguais nos quais ele já mais ira esquecer...

O que um homem seria capaz de fazer...

por: DoLeyser
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quinta-feira, 24 de abril de 2014

Coração balão

Meu coração é um balão.

Foi assim que iniciei diversos textos que eram pra ser postados aqui nos últimos dias, talvez semanas...
Sou formada na arte de não parar pra escrever, mestre na de ter milhões de palavras na ponta dos dedos e doutora na matéria de escrever e apagar. #FATO.
E meus picos de criatividade geralmente acontecem em uns diazinhos chatos e deprimidos.
Agora, se você me perguntar porque eu pensei em iniciar os textos com a frase "meu coração é um balão",  vai ter a mesma resposta que eu dei pra mim mesma quando me perguntei isso: não faço a menor ideia.
Talvez porque as vezes me sinto voando por ai. Aliás, isso é o que eu mais faço.
Mas sabe quando fica alguma coisa pressionando, forçando, que parece que que vai explodir? aí é outro tipo de balão, daqueles que estouram mesmo.

BUUUM!

Como um ciclo vicioso. Vai enchendo, enchendo, força mais um pouco e BUM! Aí recomeça, enchendo, enchendo, enchendo, BUM...



Por: Ms. S
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segunda-feira, 14 de abril de 2014

Que mulher não gosta de sorrir e gemer?



Por: Frederico Elboni, no "Entenda os Homens"

Ela gemia tão gostoso. E só de ler isso talvez ela já ficasse envergonhada mostrando aquele sorriso contido. Ela também gostava de segurar a caneca com as duas mãos, como quem protegia algo. E quem a via assim, não imaginava como ela gemia gostoso. Mas eu sabia. E isso já era o suficiente.


Era antagônico perceber como a busca incessante pelo seu gemido era consequência do meu prazer. Eu procurava ali, entre partes internas das coxas, orelhas e tonturas, aquele gemido que a deixava em constante euforia. Até porque que mulher não gosta de sorrir e gemer? É, eu também desconheço.




Hoje, sendo cais das nossas próprias quedas, a beijo como se não houvesse amanhã, e no corpo dela sussurro com as minhas mãos como a amo e a quero bem. Com a boca desenho nossos amores naquele pescoço de perfume menina-mulher. E com o olhar a compreendo. Compreendo, e vejo ali, não uma mulher que me empresta o coração e a alma, mas sim, que me empresta o verbo, o ombro, o tempo, o calor e a coberta, tudo isso num infinito totalmente nosso.






Ah, que delícia ter essa mulher todinha pra mim. Mulher com mistério de rio e turbulência de mar.

Sem dúvidas do meu querer digo a todos – às vezes até mais alto do que deveria – que o nosso amor se fez assim, refletindo em mim, a minha maior vontade de fazê-la sorrir; seja gemendo ou deixando aninhar-se em meu peito.





quinta-feira, 10 de abril de 2014

E se as pessoas só pudessem ter um filho?


A política do filho único poderia ser a solução para um mundo à beira do colapso. Se a regra vingasse por muitas gerações, seria um mundo mais velho e bem mais vazio. Após um par de séculos, as crianças nem saberiam mais o que é "irmão".

por Emiliano Urbim


Ela caminha, ele resmunga. "Achei que o nosso trabalho da faculdade ia ser sobre icebergs." Ela não reage, ele segue. "Ou petróleo. Ou cinema. Mas você insistiu tanto para que fosse sobre irmão. Por quê?" "Ó: quanto antes a gente começar, antes a gente termina." Derrotado, ele lamenta. "Odeio aula de História."

Ele e ela nasceram em uma realidade singular: nesse mundo, todos são filhos únicos. Começou como exemplo, se tornou obrigação e, passado tanto tempo, é como as coisas são. A semana tem sete dias, as pessoas têm só um filho.

No começo do século 22, era isso ou o apocalipse. As previsões otimistas falharam: 20 bilhões de habitantes exauriam o mundo. Espécies eram extintas semanalmente. Mesmo com países inteiros transformados em pasto e lavoura, faltava comida. Mesmo com os rios amazônicos apropriados pela ONU, faltava água. O avanço científico e tecnológico não era mais capaz de suprir a demanda da humanidade.

Foi quando a Austrália decidiu ressuscitar a política do filho único, abandonada oficialmente pela China desde a revolução democrática de 2049. As regras eram rígidas e valiam para todos os residentes, cidadãos e imigrantes. Após o primeiro parto, as mulheres eram esterilizadas. O pai, quando identificado, também. Caso segundos filhos fossem descobertos, quem arcava com as consequências eram os adultos responsáveis - uma ferramenta que se demonstrou extremamente eficaz em coibir nascimentos ilegais. Valendo-se de isolamento geográfico e armas nucleares, o país resistiu às sanções e ao desprezo internacional.

Após décadas como escória do mundo, a Austrália passou a colher e divulgar resultados. Com menos gente, havia lugar para fauna - coalas e cangurus foram recriados em laboratório e soltos na natureza. A previdência, reformulada e vitaminada por recursos liberados pela economia com educação, deixou de ser um problema. Cada geração, sempre metade da anterior, contava com mais dinheiro, espaço, opções de emprego - as vagas encerradas eram automatizadas sem atritos. O mundo, à beira de uma guerra mundial por recursos básicos, perdoou a Austrália. E seguiu seu exemplo.

Conforme ele e ela descobrirão em sua pesquisa, registros de revoltas e protestos contra a doutrina foram convenientemente suprimidos dos registros oficiais. Fala-se na Petição dos Pets, que baniu todo e qualquer animal de estimação - alguns consumiam mais que filhos. Acabou também qualquer tipo de oposição ao casamento gay: a união sem reprodução passou a ser a mais incentivada de todas. Algumas fontes mencionam um Massacre dos Gêmeos, mães tendo de escolher um filho só - o fato é que eles desapareceram há tempos.

É verdade que alguns líderes, ansiosos por sobrepujar vizinhos, mandaram seus povos se multiplicarem. Suas nações acabaram sendo atacadas com o controverso gás esterilizante, ainda ativo em alguns territórios. Ainda hoje, hordas de antirreprodutores fanáticos peregrinam até os locais atingidos para se tornarem estéreis.

E o mundo foi ficando menor. Ou melhor, diferente. Vagas nas escolas viraram camas de asilos. Buffets infantis deram lugar a estúdios de pilates. Universidades pertinho do metrô deram lugar a imensos bingos próximos de trens turísticos. Ídolos adolescentes deram lugar a celebridades da terceira, quarta, quinta idade. Quando alguém cogita derrubar o dogma de um filho só, a resposta é sólida: menos é mais. Por falta de carros, avenidas viraram parques. O trânsito... que trânsito? O crime, com cada vez menos jovens, caiu sucessivamente. Profissão, você escolhe a que quiser - quase uma formalidade, já que máquinas fazem quase tudo.

A população das cidades encolheu, sobram imóveis de todos os tipos. E faz 200 anos que ninguém sabe o que é dividir um quarto - ou qualquer outra coisa. Duzentos anos sem saber o que é ser caçula, mais velho, primo de alguém, sem os escudos e cicatrizes que vêm desse convívio.

Ele acha melhor assim. "Imagina ter de amar mais de um filho. Loucura." Ela tem certeza de que este mundo de filhos únicos é, em vários sentidos, muito vazio. Calada, acaricia sua barriga, onde batem dois pequeninos corações. 


Extraído da Revista Superinteressante.


por: SSpohr

segunda-feira, 7 de abril de 2014

07 de abril - Dia do Jornalista





Ser jornalista é vida sem meio-termo. É ter diploma de bipolaridade. Ou não ter diploma. É amor e é dor. Entusiasmo e apatia no mesmo dia. É querer salvar o mundo sabendo que essa merda não tem mais jeito, não. É ter muitas ideias para o futuro e não ter a menor ideia do futuro. É bater e é apanhar. É ser seguramente inseguro. É ter ora uma vontade louca de viajar o planeta ora de ficar quietinho no seu canto. É ir do Inferno ao Céu numa única pauta. É odiar Matemática, mas encher a matéria de números. É querer fazer tanta coisa e ter uma preguiça danada. É ser livre sem ser livre. É se achar mesmo quando se está perdido. É ter porra nenhuma para celebrar e, ainda assim, ir ao bar. Um brinde à porra nenhuma! É fazer graça da desgraça. É dormir cheio de aflição e acordar cheio de excitação. Ser jornalista é ser tudo isso e não ser. Eis a confusão.

Duda Rangel - Desilusões Perdidas






domingo, 6 de abril de 2014

Ansiedade


Enquanto conto os minutos que, definitivamente demoram pra passar, tudo o que pode ou não acontecer passa em minha cabeça.
1h10
Esse é um novo tempo de decisões e certezas incertas.
O coração cutuca com força: TUM TUM TUM...
Como pode ser assim? Uma química incrível que geras grandes explosões capazes de criar um segundo sol.
Uma grande onda de tremor invade meu corpo só de pensar no instante que você aparecer.
1h16
Minha incrível capacidade imaginativa se esvaiu.
Só consigo pensar no calor que se aproxima e no arrepio de minha pele.
Tento ignorar  a dor pelo corpo e os olhos pesados.
Não aguento mais de tanta vontade. Penso que a qualquer hora estarei nos braços de sua paz.
Tic, tac, tic, tac, esse barulho me acompanha pela vida. 
Tenho medo. 
Tic, tac, tic, tac. Onde você está?
Todas as palavras, agora, fugiram de minha mente, tenho medo de olhar para os lados e te ver, ou não te ver.
O silêncio é agoniante. Não ouço nada além das folhagens ao vento...
Passos...
1h20
Minha espera acabou.





por: SSpohr

quinta-feira, 3 de abril de 2014

E se fosse a última vez?



Se eu soubesse que essa seria a última vez que eu veria você dormir, eu aconchegaria você mais apertado, e rogaria ao Senhor que protegesse você.

Se eu soubesse que essa seria a última vez que veria você sair pela porta, eu abraçaria, beijaria você, e chamaria de volta, para abraçar e beijar mais uma vez.

Se eu soubesse que essa seria a última vez que ouviria a sua voz, eu filmaria cada gesto, cada palavra sua. Pra que eu pudesse ver e ouvir de novo, dia após dia.

Se eu soubesse que essa seria a última vez, eu gastaria um minuto extra ou dois, para te dizer: eu te amo. ao invés de assumir que você já sabe disso.

Se eu soubesse que essa seria a última vez, eu estaria ao seu lado, partilhando do seu dia ao invés de pensar.

Bem, tenho certeeza que outras oportunidades virão, então eu posso deixar passar esse dia. É claro que haverá um amanhã, pra se fazer uma revisão. e nós teríamos uma segunda chance para fazer as coisas de maneira correta. É claro que haverá outro dia para dizermos um para o outro: eu te amo, e certamente haverá uma nova chance de dizermos um para o outro: posso te ajudar em alguma coisa?

Mas no caso de eu estar errado, e hoje ser o último dia que temos, eu gostaria de dizer o quanto amo você. E espero que nunca nos esqueçamos disso, o dia de amanhã não está prometido a ninguém, jovem ou velho, e hoje pode ser a última chance de segurar bem apertado a mão da pessoa que você ama. Se você está esperando pelo amanhã, por que não fazer hoje?

Porque se o amanhã não vier, com certeza você se arrependerá pelo resto de sua vida de não ter gasto aquele tempo extra num sorriso, num abraço, num beijo, por que você estava muito ocupado para dar para aquela pessoa aquilo que acabou sendo o ultimo desejo que ela teria, então abrace o seu amado sua amada, seus filhos, hoje bem apertado, sussurre nos seus ouvidos dizendo o quanto os ama, e o quanto os quer juntos de você, gaste um tempo para dizer me desculpe, por favor, me perdoe, obrigado, ou ainda, não foi nada, tá tudo bem...

Por que se o amanhã jamais chegar você não terá que se arrepender pelo dia de hoje, pois o passado não volta, e o futuro talvez não chegue.

--Este texto foi escrito pelo marido de uma das aeromoças de um avião da Tam que colidiu contra um prédio

Ainda vai levar um tempo...