"Quando de uma hora pra outra, surge um pedacinho de memória que te leva pra outro mundo.
E isso acontece bem na hora que você está com vontade de sumir deste mundo...
Fazer o que? Voar nas lembranças"
***
Aconteceu
sem mais, nem menos.
Virou
costume se cumprimentarem toda vez que ele passava.
Ela
sorria. Ele dizia um “oi” inaudível, perfeitamente compreensível no movimento
dos lábios.
Continuou...
Ela
sorria cada vez mais. Ele olhava cada vez mais.
Ela cantarolava
todas as músicas que tocavam, fingindo não saber que os olhos dele viam cada
movimento.
Ela
fingia não se importar, mas queria que ele estivesse olhando.
E
quando os olhares se cruzavam...
E
chegou o dia.
Ele
se manifestou em um oi nada audível, muito menos visível nos lábios. “Oi,
obrigado por aceitar” disse.
E em
um bate papo de restinho de fim de semana eles se comunicaram de verdade pela
primeira vez.
Assim,
relógios sumiram, palavras voaram entre dedos e teclado.
“Olvidaron
el tiempo”
Eram
três horas da manhã, quando disseram buenas
noches e foram dormir...
Dormir?
Quem dormiu?
SSpohr